Júlio Resende
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Para lá dos tempos
«Para o autor, o significado de uma exposição de pintura é, sempre, uma questão, dir-se-ia, inquestionável. Jamais acontecerá por mero acaso.
Esta exigência também se verificará agora, no momento em que se anuncia a mostra na Galeria "Cor Espontânea".
Se considerarmos as datas das obras, concluiremos que foram executadas num curto lapso de tempo. Esta razão é bastante para nos indagarmos sobre o que levou o autor a "variar" os questionamentos técnicos, estruturais, estilísticos, etc.
A verdade é que, eu próprio, estou pronto a assumir tais responsabilidades: nada, nem ninguém, impedirá este sinal para avançar inequivocamente.
Mas o sentido destas poucas palavras é outro. O espaço desta exposição e a própria obra sustentam uma sintonia coerente. Dir-se-ia que as obras nasceram ali mesmo.
Regozijo-me com este encontro promissor porque a pintura é algo físico que continuará, para lá dos "“tempos", a exigir espaços condignos e propícios à contemplação e à troca de comentários entre o público. Penso que a Galeria "Cor Espontânea", criada por Fernando Baganha, meu amigo, tem magníficas condições para cumprir essa função cultural.
Felicito-o por isso.»
Júlio Resende
Artista da galeria
Texto "Para lá dos tempos" presente no catálogo e na exposição de Júlio Resende "As cores mandam em mim", Cor Espontânea, Janeiro de 2010.
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